Viktor Emil Frankl (1905-1997) foi um psiquiatra austríaco e fundou postos assistenciais de ajuda e aconselhamento para a juventude, no intuito de atender os jovens afetados pelos efeitos da Primeira Guerra Mundial: desemprego, falta de oportunidades, quadros depressivos, tentativas de suicídio. Neste projeto, organizou um programa de aconselhamento tão bem sucedido que aquele ano, pela primeira vez, não ocorreu suicídio de estudantes em Viena.
Durante a Segunda Guerra Mundial, é levado aos campos de concentração nazista. Em diferentes campos, morrem seus pais, irmão e cunhada, e sua esposa Tilly, com quem havia se casado fazia nove meses. Todo seu sentido anterior estava perdido nesse momento, mas surge-lhe um novo: sobreviver. Promete a si mesmo que não se acabaria como os demais e se propõe a aprender algo naquele lugar horrível, para depois colocar isto a serviço da humanidade.
Escreve depois que o amor é a meta mais elevada e essencial a qual se pode aspirar o ser humano. A plenitude da vida humana está no amor e se realiza através dele. E descreve algumas atitudes que o ajudavam a vencer, a depressão e encarar as dificuldades com sustentabilidade.
a) A vivência da natureza. Esperava ansioso o momento do entardecer no bosque – já isso dava sentido a seu dia.
b) A experiência da arte. Reuniam-se nos poucos momentos livres para recitar poesias, cantar ou recordar peças de teatro.
c) O sentido do humor. Contavam piadas e riam da alegria que lhes dava ouvir as sirenes que anunciavam bombardeios, já que isso lhes autorizava a interromper o trabalho pesado.
d) O sentido do passado. Não para ficar neste, mas para poder suportar a pobreza espiritual do aqui e do agora, enriquecendo-o com vivências anteriores.
e) A vivência da espiritualidade. Orava todos os dias e, quando possível, rezavam em grupo e cantavam os salmos em hebreu. Para Frankl, a oração é um diálogo íntimo com o mais íntimo dos amigos.
f) A solidão. Esses breves momentos em que podia recuperar algo de sua intimidade e privacidade.
Vive 92 anos muito ativos e cheios de sentido, deixando-nos um legado de amor à vida e esperança no ser humano. Para Frankl, enquanto houver vida e vontade haverá a luz da esperança.
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